A peça de Peter Schaffer que, em 1977, Sidney Lumet adoptou ao cinema, “Equus” (nome latino para cavalo), propõe-nos um problema apaixonante.
Estaremos nós à altura daquilo que mais admiramos? Ou quando a vida nos proporciona a experiência crucial e de divina intensidade, em que a ideia do que é normal se arrisca, como é a desse adolescente (Peter Firth) que se transformou em centauro, numa religião inventada, não suportaremos a dor e o exílio e penderemos para a espécie de lobotomia que nos permite viver uma vida comum, como fez o Dr. Dysart (Richard Burton)?
Ele reconhece a superioridade da paixão, mas nem sequer arriscou ter filhos, recolhendo-se à tranquilidade anestesiada do desfrutador de imagens de um país de colunas solitárias pelo qual os deuses passaram.
Teremos sempre que recorrer ao conceito de normal, até para dizermos que é normal admirar-se o que nos ultrapassa.
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