quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

OPTIMISMO

Spinoza





Para Spinoza, a alegria nunca é excessiva e é sempre boa, enquanto a tristeza (a melancolia) é sempre má.

Depois do célebre 'Tratado das Paixões' de Descartes, esta é a melhor lição de vida que podemos encontrar na filosofia.

É o mesmo que dizer que 'tristezas não pagam dívidas', mas duma forma positiva. A alegria, em Spinoza (que por pouco não nasceu em Portugal), é mesmo um dever. Quer dizer, aquela que depende de nós, e que às vezes corresponde a uma simples mudança de atitude. 

Quem conhece Émile Chartier (Alain) sabe que este é o seu incansável refrão. Os seus 'propos' abundam de apontamentos sobre um quotidiano de que podemos tomar o melhor partido ou torná-lo quase infernal, num beco-sem-saída. Sem optimismos descabidos, nem 'líricos', como ainda há pouco se dizia.

Porque a vontade que assim decide prova a sua  liberdade da única maneira possível. A atitude oposta é, evidentemente, mais fácil porque, como ele diz, é o pensamento deitado e por isso negado.

A vulgar crítica do optimismo (de que é uma ilusão auto-imposta) falha o que está em questão ao negar a liberdade do espírito, impedindo-o de crer em si mesmo.

Há um 'optimismo' que é a atitude do que se quer iludir, mas aquele de que fala o filósofo é outro nome para a coragem.


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