Spinoza |
Para Spinoza, a alegria nunca é excessiva e é sempre boa,
enquanto a tristeza (a melancolia) é sempre má.
Depois do célebre 'Tratado das Paixões' de Descartes,
esta é a melhor lição de vida que podemos encontrar na filosofia.
É o mesmo que dizer que 'tristezas não pagam dívidas',
mas duma forma positiva. A alegria, em Spinoza (que por pouco não nasceu em
Portugal), é mesmo um dever. Quer dizer, aquela que depende de nós, e que às
vezes corresponde a uma simples mudança de atitude.
Quem conhece Émile Chartier (Alain) sabe que este é o seu
incansável refrão. Os seus 'propos' abundam de apontamentos sobre um quotidiano de que podemos tomar o melhor partido ou torná-lo quase infernal, num beco-sem-saída.
Sem optimismos descabidos, nem 'líricos', como ainda há pouco se dizia.
Porque a vontade que assim decide prova a sua liberdade da única maneira possível. A
atitude oposta é, evidentemente, mais fácil porque, como ele diz, é o
pensamento deitado e por isso negado.
A vulgar crítica do optimismo (de que é uma ilusão
auto-imposta) falha o que está em questão ao negar a liberdade do espírito,
impedindo-o de crer em si mesmo.
Há um 'optimismo' que é a atitude do que se quer iludir,
mas aquele de que fala o filósofo é outro nome para a coragem.
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