Edwar Saïd (1935/2003) |
"O lugar onde a propaganda oficial israelita teve um
êxito para além de toda a medida, e onde a propaganda palestiniana falhou por
completo foi a América."
(Tony Judt, citando Edward Saïd)
E é por isso que, na citação de Judt, aquele país
continua a ser o maior obstáculo a um pensamento novo no Médio Oriente. Não
parece haver dúvida que as ideias, dum lado e do outro, são obrigadas a revestir a forma da
propaganda, dada a politização do conflito, mas mesmo as imagens mais terríveis
de Gaza ou da Cisjordânia podem ser "neutralizadas" por outras
imagens e por uma retórica mais eficiente junto dum público que se conhece. O
predomínio do interesse político, económico ou cultural do eleitorado judaico,
para a Administração dos EUA, sobre a causa do povo da Palestina é de facto
desproporcionado e, depois da Al Qaeda, a própria questão humanitária foi
enterrada sob a razão maior da segurança para o "Ocidente", do ponto de vista americano.
Mas, como diz Judt:
"Após 37 anos de ocupação militar, Israel não ganhou
nada em termos de segurança; perdeu tudo em civismo interno e respeito
internacional; e viu confiscada a superioridade moral para sempre."
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