"A ouvir certos entendidos, a nossa colonização tornava-se cada vez mais penosa por causa do gelo. A introdução do gelos nas colónias, é um facto, tinha sido o sinal da desvirilização do colonizador. A partir daí, viciado no hábito do seu aperitivo gelado nas colónias, tinha que renunciar, ele, o colonizador, a dominar o clima pelo seu estoicismo apenas."
"Voyage au bout de la nuit" (Louis-Ferdinand Céline)
Depois da guerra, as colónias. Céline atinge a epopeia colonial com o seu vitríolo e deixa-a irreconhecível.
O regime da dissolução do europeu no álcool e no poder climático.
Como se a simples mudança de latitude despisse o colonizador das virtudes pátrias, da sua cultura e da sua humanidade.
O gelo torna-se, assim, o equivalente geral da frase grandiloquente.
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