segunda-feira, 26 de maio de 2014

METAMORFOSES

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"A quantidade geral da violência mantém-se sempre igual na terra, enquanto os pensadores tomam o caos das suas metamorfoses por uma evolução."

("Tudo passa", Vassili Grossman)

 

Mas essa é uma das crenças que vale a pena sustentar. A de que o mundo evolui para uma situação de menos violência, por causa das comunicações, da tecnologia ou seja lá do que for.

Porque se eu sei que em consequência de uma lei da natureza ou da sociedade humana, não pode existir tal progresso e, como diria o Eclesiastes, tudo continua imutável 'debaixo do sol', não tenho refúgio contra o fatalismo.

Pior fatalismo, na verdade do que o do optimismo histórico, para o qual, com muita sageza, Marx encontrou a ideia do parto antecipado, através da luta de classes.

O que impede o outro fatalismo de ganhar os espíritos é que ninguém pode provar que exista sempre uma dada quantidade de violência no mundo. O século XX, porém, deitou por terra a esperança de que haja uma evolução contínua.

Só temos respostas novas porque temos problemas que nunca tivemos. A publicidade da Oracle para Java, a célebre linguagem de programação criada por James Goslin, diz que corre em 3 biliões de aparelhos, ou seja, quase metade da população do globo.

Isso não nos torna mais 'evoluídos' do que os filósofos da Luzes. Mas nenhum desses filósofos alguma vez pensou no nosso 'problema'.

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