Gilles Deleuze (1925/1995)
"Duma ou doutra maneira, a nossa época descobre a teologia. Não é preciso de modo nenhum acreditar em Deus. Procuramos antes a "estrutura", quer dizer a forma que pode ser preenchida pelas crenças, mas que não tem de o ser para que possamos dizer dela que é teológica. A teologia é agora a ciência das entidades não existentes, a maneira como essas entidades, divinas ou anti-divinas, Cristo ou anti-cristo, animam a linguagem e lhe formam esse corpo glorioso que se divide em disjunções."
"Logique du sens" (Gilles Deleuze)
Desde que o terrorismo deixou de ter como alvo exclusivo o poder estratégico e militar, sob as suas diversas formas, para atacar os símbolos, correctamente entendidos como o que melhor atinge o âmago que anima a carapaça, devemos perceber que tudo é militar.
E tratando-se de "quebrar a espinha" a essa parte mole, oculta nos refolhos duma pseudo-segurança e que por de mais confia nos efeitos especiais da tecnologia, todos os alvos são permitidos e o terror é a estratégia mais adequada, porque ataca o sistema com a desproporção dum vírus, ultrapassando todos os níveis de protecção.
A teologia do não-real e do não-existente cria a assassina disjunção do Nós ou Eles.
Deixemos que só o terrorismo caia nessa armadilha da lógica.
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