"A maior economia que se pode realizar na ordem do pensamento é a de aceitar a não-inteligibilidade do mundo - e de nos ocuparmos do homem."
Albert Camus ("Carnets")
Trata-se de uma economia que roubaria o prazer da descoberta a todos os físicos, incluindo os maiores.
Mas Einstein diz, com razão, que o grande mistério do universo é ele ser compreensível. E talvez esteja só a confirmar o que disse o romancista...
Aparentemente, o homem, que surgiu há menos de um milhão de anos, vem aumentando, ao longo da sua 'breve' história, o conhecimento sobre o universo, com revoluções copernicianas pelo meio.
O mistério de que fala o autor da Teoria da Relatividade tem a ver com isto: como é que podemos compreender um 'processo' infinito, que realmente não podemos abarcar, e sobre o qual só podemos ter termos de comparação humanos?
Será mesmo incontestável que exista qualquer coisa como um progresso, ou 'sabemos' tanto como os Gregos sobre o essencial e apenas acrescentámos mais complexidade às nossas teorias?
Por outro lado, a economia referida não significa o fim da investigação e da descoberta. Mas em vez de endeusarmos a ciência, dar-lhe-íamos o único objecto em que é competente: o homem.
Continuamos, sem dúvida, a precisar de mitos cosmológicos. Estejamos ao menos à altura da mesma ironia que Platão dedicava aos deuses helénicos.
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