Pio XII |
"Quando a SS tentou deter os 5000 judeus de Roma para os deportar para Auschwitz, 4000 encontraram refúgio em casas particulares, mosteiros e conventos, 477 deles no Vaticano."
Martin Gilbert ("A História do Século XX")
Este é um dos factos que sugerem qualquer coisa como o carácter de uma nação e aparentemente autorizam certas comparações. Por exemplo, a ideia de que os alemães são bons mecânicos e sobretudo disciplinados. Daí o seu gosto pela ordem e a sua 'seriedade' burguesa que, na sequência da guerra e da crise económica dos anos 20, os levaram à escravidão no III Reich. É verdade que os fizeram acreditar que pertenciam a uma raça de senhores que iria trazer uma nova ordem ao mundo.
Já o povo italiano seria um povo artista, inventivo e um pouco anárquico. Contudo, não se mostrou imune ao fascismo vociferante do Capo, um político desiludido com o socialismo. Mas quando se viu quem de facto passou a mandar em Roma e o próprio Mussolini se tornou num fantoche movido pela energia germânica, os descendentes do primeiro cesarismo, mostraram a sua natureza generosa e a sua faceta libertária.
É impressionante que a ambiguidade política atribuída por alguns ao Papa Pacelli tenha obscurecido o socorro prestado a meio milhar de judeus pelo Vaticano.
À Itália devemos o Renascimento e o Fascismo inspirado no antigo império da decadência romana. Mas o Dux acabou dependurado de cabeça para baixo e ninguém se lembra dele. Os césares que dominaram o mundo não são objecto de execração, mas motivo de glória e de histórias para a televisão e para o cinema.
A pintura do Quattrocento e do Cinquecento, essa, continua a deslumbrar-nos e a honrar todos os italianos com o título, talvez imerecido, de povo artista.
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