"A questão que tudo isto levanta é esta: é toda a
economia política? Se assim for, existe sequer como assunto separado? Ou
estarão todos os economistas simplesmente fornecendo uma cobertura intelectual
às visões do mundo ideológicas da sua preferência?
E como é que desembaraçamos o conhecimento objectivo útil
que os economistas eventualmente tenham da escória política?"
(Peter Radford in "Real-World Economics Review
Blog")
Todos os grandes economistas do passado se referiram não
a uma economia, mas a uma economia política. Para que a ideologia se pudesse
impor como 'científica', a separação era necessária. Mas não é possível
escamotear o impacto do político na economia. A inteligência dos fenómenos
sociais, com isso, foi obnubilada, e é certo que nesse meio sempre prosperaram os
'pescadores de águas turvas'.
Radford desmonta os argumentos 'técnicos', ou 'puramente económicos' de um dos maiores predadores da ideologia que tem a economia como cobertura:
o partido republicano. E não deixa de constatar que o partido rival está refém
da elite que financia as campanhas milionárias.
O mundo real terá de esperar, enquanto a América desaba na esquizofrenia e as desigualdades sociais e políticas preparam as safras de sangue de duas economias e de dois mundos no mesmo país, cada vez com menos contacto entre si.
O mundo real terá de esperar, enquanto a América desaba na esquizofrenia e as desigualdades sociais e políticas preparam as safras de sangue de duas economias e de dois mundos no mesmo país, cada vez com menos contacto entre si.
O grande condomínio fechado que os mais ricos criaram com
a ajuda da feitiçaria 'económica' não precisa do Estado para nada (tem a sua
segurança privada, que se torna cada vez mais a necessidade das necessidades), e
a solidariedade com os restantes cidadãos não lhes pode dizer nada. Os seus
'economistas' explicaram muito bem como é que o mercado funciona e porque terá
sempre de haver 'ganhadores' e 'perdedores'.
Até ao dia em que as consequências das falsas previsões
dos ideólogos da 'economia' tenham o mesmo tratamento irracional que foi, recentemente, infligido aos seis cientistas do caso de Áquila, em Itália.
Mas será sempre mau sinal que a razão não saia vencedora.
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