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O mundo dos maquinistas não é o nosso mundo. Eles
descobriram o que é um monopólio (sem os inconvenientes duma lei 'anti-trust')
e como se pode transformar uma 'arma de última instância' (assim costumava
dizer o sindicalismo responsável) numa de primeiro recurso, e utilizam-na sem
complexos, quaisquer que sejam as circunstâncias exteriores ou as necessidades
dos outros (dos que trabalham, porque a elite não gosta da ferrovia).
Não precisam sequer de mentalizar o público que precisa
dos comboios. Como o fariam? Justificando-se com os beliscões do Estado nos
seus 'direitos adquiridos' perante quem foi, por esse mesmo Estado, espoliado e
enfrenta um desemprego cada vez maior? Além disso, os utentes já perceberam que
esta desordem não tem nada a ver com sindicalismo. É um banal abuso de poder.
De facto, é a ideia da greve que perde força e os
sindicatos que perdem prestígio, quando se usa, sistematicamente, do monopólio
'técnico' em vez do bom senso.
Os maquinistas trabalham assim para que se perca mais uma
empresa pública. 'Objectivamente', contribuem para que o público seja ganho
para a sua privatização (apesar das consequências desastrosas para esse mesmo
público e para os trabalhadores da empresa, incluídos os maquinistas). Mas, é
sabido desde os Antigos, que todo o excesso tem de ser 'castigado'.
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