Romney e Obama |
"Após três debates e quatro horas e meia de troca de
palavras na televisão a nível nacional, os Americanos aprenderam que o
Presidente Obama tem uma pensão mais pequena do que o seu oponente e que Mitt
Romney quer afastar o bico do Passaroco da gamela federal, que Joseph R. Biden
Jr. gosta de sorrir e que Paul D. Ryan bebe muita água."
(Peter Baker no New York Times de 18/10/12)
Enfim, sobre o futuro os candidatos não puderam dizer
grande coisa. Como é isso sobretudo o que interessa ao eleitorado, todo o candidato
infalivelmente se descai a dizer mais do que o que sabe.
Os vários 'rounds' dos principais contendores na
televisão não deixam de ser seguidos apaixonadamente (isto é a América crente)
e a capacidade histriónica dos actores nos grandes debates nacionais é avaliada
como se não fosse puro espectáculo o que é servido.
Obama esteve fraco, disse-se, no primeiro debate. Os
republicanos exultaram. No debate seguinte esteve mais à altura dos seus dotes
oratórios e houve festa no seu partido. Os candidatos têm de usar todos os
truques retóricos e toda a técnica de se fazerem valer na televisão, como é
natural. Toda a falta de jeito para o 'medium' televisivo e toda a impreparação
na arte de representar o que se não é, é castigada por
um público que, como na publicidade, faz de conta que identifica o espectáculo da política com o
mundo real.
Tudo seria imprevisível e um pouco absurdo, se os debates
não se dirigissem aos indecisos, isto é, aos eleitores fora dos dois grandes partidos. Como é um imponderável que
decidirá o seu voto, qualquer peripécia do espectáculo tem importância, mesmo
que nada diga sobre o que vale o político.
Anunciam-se, no entanto, grandes mudanças com os novos
meios de comunicação. É de esperar que os grandes partidos sofram com isso,
revelando-se um número muito maior de desligados dos partidos, com mais
informação e motivações diferentes das da actual zona dos 'indecisos'.
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