quinta-feira, 18 de outubro de 2012

SHOW BUSINESS

Romney e Obama



"Após três debates e quatro horas e meia de troca de palavras na televisão a nível nacional, os Americanos aprenderam que o Presidente Obama tem uma pensão mais pequena do que o seu oponente e que Mitt Romney quer afastar o bico do Passaroco da gamela federal, que Joseph R. Biden Jr. gosta de sorrir e que Paul D. Ryan bebe muita água."

(Peter Baker no New York Times de 18/10/12)



Enfim, sobre o futuro os candidatos não puderam dizer grande coisa. Como é isso sobretudo o que interessa ao eleitorado, todo o candidato infalivelmente se descai a dizer mais do que o que sabe.

Os vários 'rounds' dos principais contendores na televisão não deixam de ser seguidos apaixonadamente (isto é a América crente) e a capacidade histriónica dos actores nos grandes debates nacionais é avaliada como se não fosse puro espectáculo o que é servido.

Obama esteve fraco, disse-se, no primeiro debate. Os republicanos exultaram. No debate seguinte esteve mais à altura dos seus dotes oratórios e houve festa no seu partido. Os candidatos têm de usar todos os truques retóricos e toda a técnica de se fazerem valer na televisão, como é natural. Toda a falta de jeito para o 'medium' televisivo e toda a impreparação na arte de representar o que se não é, é castigada por um público que, como na publicidade, faz de conta que identifica o espectáculo da política com o mundo real.

Tudo seria imprevisível e um pouco absurdo, se os debates não se dirigissem aos indecisos, isto é, aos eleitores fora dos dois  grandes partidos. Como é um imponderável que decidirá o seu voto, qualquer peripécia do espectáculo tem importância, mesmo que nada diga sobre o que vale o político.

Anunciam-se, no entanto, grandes mudanças com os novos meios de comunicação. É de esperar que os grandes partidos sofram com isso, revelando-se um número muito maior de desligados dos partidos, com mais informação e motivações diferentes das da actual zona dos 'indecisos'.




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