terça-feira, 23 de outubro de 2012

RIVAROL


Rivarol (1753/1801)




"Quando se quer impedir os horrores de uma revolução, é preciso querê-la e fazê-la por si mesmo: era demasiado necessária em França para poder ser evitada."

(Rivarol; citado por Arnaud Odier)



Pode dizer-se que 'a posteriori' a necessidade parece evidente, mas o historicismo é também uma ideia da época.  Se acreditarmos que é uma lei histórica as sociedades desenvolverem-se em direcção a, por exemplo, uma cada vez maior justiça, então resta-nos assistir às 'dores do parto', pois o que quer que possamos fazer nada retirará ou acrescentará ao essencial, que é a 'evolução' da sociedade. Mas isto é teologia, em que a Providência divina é substituída pela espécie de humanismo que é 'confirmada' pela teoria de Darwin. Da amiba ao cérebro de Einstein.

A outra revolução imaginada por Rivarol que seria o produto de uma ideia, aplicada à prática social pelos que a conceberam e permanecendo, do princípio ao fim, sob o seu controlo, é, de facto uma ideia industrial. Corresponde ao circuito fechado de uma fábrica, em que, em princípio, nada escapa ao controlo do fabricante. É preciso fazer a justiça a este 'reaccionário' ilustre de reconhecer que era mais fácil aos jacobinos acreditarem em tal ficção do que a ele se servir dela fora da argumentação pelo absurdo.

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