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"A comunidade dos negócios americana fixou como
objectivo mudar radicalmente a psicologia que tinha construído a nação -
transformar os trabalhadores americanos de investidores no futuro em gastadores
no presente."
"The end of work" (Jeremy Rifkin)
A primeira 'surpresa' é de que conseguiram alcançar esse
objectivo. Não por qualquer idealismo a favor do melhoramento das condições de
vida dos consumidores, mas para disporem de um mercado para escoar a produção
das suas fábricas.
Mas à medida que crescia a produtividade nas empresas, o
número de trabalhadores necessários para realizar o mesmo produto minguava
drasticamente, criando um novo estrangulamento nas vendas. Os trabalhadores no
desemprego ou no subemprego falham no 'seu' papel de consumidores.
O crédito ao desbarato, concedido mesmo a insolventes (ver a crise do 'subprime'), foi o último
balão de oxigénio e rebentou-nos na cara em 2008.
Foi fácil a conversão dos trabalhadores em consumidores
criando ao mesmo tempo um apoliticismo de massas.
Agora, a sociedade de consumo revelou a sua fraqueza
essencial. Ela depende do emprego que a tecnologia extingue impiedosamente
para contentamento do mundo dos negócios e dos quadros superiores das empresas
pois que lhes permite auferir lucros e bónus nunca vistos. Na falta do emprego, dependeu do crédito cego até há pouco tempo.
A tecnologia que está na origem desta revolução nunca é posta em causa, e parece ser o sinal dum progresso que todos aparentemente desejam. A
tecnologia é, de facto, incontestável. É como no debate entre a ciência e a
religião. Esta está à defesa sempre, porque é incompreensível a crítica da
inovação. Mesmo quando é inspirada pela corrida aos lucros e aos bónus.
Pela segunda vez na história (depois de Deus)
encontrou-se um absoluto.
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