Santo Agostinho (Philippe de Champaigne) |
"Deus é a verdade... Não perguntes o que é a
verdade; porque imediatamente a escuridão das imagens corpóreas e as nuvens de
fantasmas se atravessarão no caminho e perturbarão essa calma que no primeiro
vislumbre brilhou para ti quando eu disse verdade."
("De Trinitate", Santo Agostinho)
Não se pode seguir um 'portanto', porque é na definição
que tudo se perde. Não podemos partir de nenhum conceito quando falamos em
Deus, porque ele é anterior ao mundo dos objectos e à natureza.
Se fosse possível ser outra coisa que o Ser ('Eu sou
aquele que sou') era um entre os seres, um objecto entre os objectos, um
conceito entre os conceitos.
Por isso a 'calma', a segurança, que 'brilha no primeiro
vislumbre' se perde com a determinação. Como se para compreendermos a verdade
tivéssemos de sair do mundo e de nós próprios.
Enquanto a verdade de todos os dias tem mais a ver com a
justiça. Como dizer: justamente, esse é o caso. Mas justo com quê? Com a ordem
dos factos, com a lógica do pensamento. Talvez.
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