sábado, 1 de novembro de 2014

OS SONÂMBULOS



Milan Kundera


"Gostaríamos de ver coisas heróicas e sem equívoco, por outras palavras, esteticismo, acreditava-se que essa devia ser a atitude do homem europeu, estávamos encerrados num nietzscheísmo mal compreendido, mesmo se a maior parte nunca tivesse ouvido pronunciar o nome de Nietzsche, e esse pesadelo só teve um fim, quando o mundo teve a ocasião de ver tanto heroísmo, que dele ficou tão farto, até não lhe suportar mais a vista."

"Les somnambules" (Hermann Broch)



A acção da trilogia de Broch passa-se entre 1888 e 1918. A primeira grande guerra mundial e a Revolução Bolchevique saem dentre a poeira e o fumo, como as duas faces de Janus.

O irracional da guerra, alimentado por uma vegetação cultural que das ideias dos grandes espíritos destila apenas o álcool necessário à bebedeira universal e a Ideia que levou ao assalto do céu, expressão mais alta do culto da Razão (histórica).

Como disse Kundera, Hermann Broch revela-nos que é então que os homens são mais completamente "manipulados pelo Irracional".

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