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Não se pode conversar com um homem que procura sempre opor-se. Tudo o que se diga alimenta uma discussão estéril, porque é preciso que sejam pelo menos dois a querer discutir.
É em casos como este que se vê que o conteúdo informativo da linguagem conta menos do que a regra de cortesia. Diante dum disputador, eriçam-se as penas. Dizer mal da profissão ou da política pode ser a melhor maneira de mostrar a alguém que não o hostilizamos e sentir mesmo um ligeiro frémito de solidariedade.
Este jogo, porém, é ruinoso para o pensamento e vê-se aqui um pouco a doença mortal das velhas aristocracias. Insensivelmente, as pessoas deixam de saber pensar o mundo, e isso é o custo de buscar em tudo o acordo dos outros. Como diz Alain, o jogo de dados é muito menos prejudicial ao espírito.
Quando o subordinado se alheia da anedota do chefe, comete uma falta contra a cortesia, mas, para o sindicalista, ser simpático nessa ocasião é trair a ideia militante. Se além disso o chefe é um homem que quer aprovação sem ouvir os outros e sem descer da sua posição hierárquica, ei-lo plenamente justificado.
Uma anedota entre iguais pode dar só lugar ao riso. Neste caso, porém, é necessário responder com outra anedota ou encarecer o riso. O disputador mais uma vez quer ficar por cima.
Que fique só o posto, mas não o homem.
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