Jules Lagneau |
"Mostrai que não se pode estar certo de nada se não se puder estar seguro da existência de Deus."
(Jules Lagneau)
É puro cartesianismo, decerto. Mas tem razão contra o empirismo e o positivismo. A ciência já ultrapassou a sua 'fase infantil' em que a Razão fez as vezes da divindade, mas hoje não está, nem podia estar, 'certa de si própria'. E, claro, ninguém pode demonstrar a existência de Deus, nem que aparecesse Santo Anselmo com outro argumento ontológico.
Falar em 'existência' a propósito de Deus é um erro, e talvez seja esse o primeiro dragão a vencer para chegar à ideia. Se existisse, como dizia Chartier, Deus seria mais um objecto entre a imensidão de objectos que podemos contemplar, directa ou indirectamente.
É muito mais provável que Deus esteja do outro lado, do lado do sujeito, no que a filosofia desde os Gregos e depois a religião cristã chamaram de espírito. O espírito não é objecto e, de certa maneira não existe. Porque o espírito, outra vez citando Chartier, é o todo do todo. Aí é que Deus estará. Não é a mente individual, é o todo.
Mas o todo é impensável, a não ser como metáfora. Nenhuma prova experimental ou teórica nos virá de uma metáfora.
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