quinta-feira, 13 de novembro de 2014

O HOMEM PROJECTADO

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" Padrão quádruplo: as pessoas dão mais valor às perdas e aos ganhos do que à riqueza e os pesos da decisão que atribuem aos resultados são diferentes da probabilidade."
(Daniel Kahneman)

Pode o 'homo economicus' corresponder às previsões baseadas em comportamentos racionais? A 'teoria dos jogos' tinha de falhar, apesar das mais brilhantes simulações. Não obstante o homem ter de ficar de fora dessa equação, a teoria continua a atrair pela sua lógica e a instruir modelos operacionais.

Talvez o progresso das ciências, a relativa autonomia do seu desenvolvimento, nos tenham tornado realmente supersticiosos, e a única desculpa que temos é a de que alguma competência pensou por nós.

Se a teoria económica cria o seu próprio mundo, o qual, como sabemos, está feito para resistir à realidade, mundo onde só têm lugar homens fictícios, os 'homens projectados', não é uma crise, pequena ou grande, que a despachará para o museu de Engels.

Podemos hoje ver que os dois mundos que existiam até à queda do Muro de Berlim, tinham em comum a falsidade das suas representações. O mundo unipolar que resultou daquele acontecimento significou o 'estádio do espelho' de um sistema chamado por Lenine de imperialismo (o estádio supremo do capitalismo).

Levantou-se (como levanta o nevoeiro) toda a crítica do capitalismo e o que surgiu, não só tinha perdido a crítica, como a sua própria essência.

É nesse desocultamento e nessa fantasmagoria que estamos.

 

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