"(...) as sociedades avançadas cultivam os sentimentos da forma mais despudorada e manipulam os sentimentos com álcool ou drogas ilícitas, medicamentos, boa e má cozinha, sexo real e virtual, toda a espécie de consumos e práticas sociais e religiosas cuja única finalidade é o bem-estar."
"Ao Encontro de Espinosa" (António Damásio)
A ideia de um mecanismo homeostático a actuar no indivíduo e na sociedade, com o fim de manter o bem-estar e que traduziria o "conatus" de Spinosa, o esforço, em todo o indivíduo, de perseverar no seu ser, leva-nos a outra ideia desse filósofo que explica a morte como uma causa sempre exterior.
Num ser em permanente troca com o exterior e dele tão dependente, quer ao nível psico-fisiológico, quer ao nível social, torna-se difícil identificar o dentro e o fora e igualmente difícil evitar uma explicação que não recorra a uma "harmonia" superior, que só tem equivalência na ideia muito antiga de destino.
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