sexta-feira, 11 de abril de 2014

POR DETRÁS DA MÁSCARA

"persona" (Ingmar Bergman)

 

"A psicologia é acção - não reflexão sobre si próprio. O homem determina-se ao longo da sua vida. Conhecer-se perfeitamente é morrer."

(Albert Camus)

 

De que é feito, então, o conhecimento 'psicológico' que guarnece os tratados e as aplicações 'in vivo' do que se convencionou chamar psicologia?

O objecto é um ser dotado da capacidade de pensar como modo da acção, mas que se pretende conhecer do exterior como um sistema autónomo e independente da acção.

Esse tipo de abordagem permite construir, por exemplo, uma galeria de homens ilustres, para um fim moral, ao jeito de Plutarco.

"Conhecer-se perfeitamente" só é possível nos romances (a morte não reflecte nada, nem sobre nada), mas o que se conhece é um tipo literário, como Karenine, Bovary, etc.

Vivemos todos com uma ideia prática sobre nós próprios que é um resultado inter-subjectivo. Essa 'persona' é indispensável à vida em comum.

Devíamos, porém, avançar apontando a máscara (o "larvatus prodeo" de Descartes). Talvez seja mesmo o 'sagrado', como queria Simone Weil, o que está por detrás.

 

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