"Roma Antica" de Panini, Giovanni Paolo
"Os estrangeiros depressa deitam pelos olhos fora quadros, estátuas e grandes obras da arquitectura. Se, para cúmulo da infelicidade, na sequência de qualquer capricho do governo dos padres, não há espectáculo, os viajantes tomam aversão a Roma."
"Promenades dans Rome" (Stendhal)
A fadiga que os museus provocam no visitante é até conhecida pela síndrome de Stendhal.
Mas hoje, felizmente, podemos admirar, com todo o vagar e comodidade, qualquer pintura no nosso ecrã, perdendo embora a verdadeira dimensão dela, o que não é de somenos.
Em vez de atravessar salas e salas para escolher uma ou duas obras que não alarmem o nosso cansaço, temos a imagem delas, sem o mínimo esforço e pelo tempo que quisermos.
Claro que isso não desencoraja o turista que, castigando um corpo amolecido pelos hábitos sedentários, se aplica com um zelo imoderado ao objectivo de se encontrar defronte dos originais.
Por isso a função dos museus é cada vez mais iniciática, justificando as distinções culturais pelo "contacto" visual com as relíquias.
O turismo encontra assim o espírito da peregrinação.
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