"Vida e morte do Coronel Blimp"
(1943-Michael Powell e Emeric Pressburger)
Romper um compromisso para surpreender um inimigo que se supõe capaz de igual audácia, nivelar o nosso comportamento pelo que se antecipa da ética (ou falta dela) do adversário, é o espírito da guerra tal como ele se nos tornou familiar.
Mas Blimp vem de outra época. Dum tempo em que, dum lado e doutro, havia gentlemen e limites que nenhum deles sonharia ultrapassar. Ou, pelo menos, ele gostava de pensar que tinha sido assim.
O filme de Michael Powell começa pela aplicação da "nova" lógica a um simples exercício. O ataque simulado ao quartel general começou horas antes do acordado porque, tinha pensado o jovem tenente, se fosse a sério seria mesmo assim, sem regras, nem escrúpulos.
A cena da disputa entre o velho coronel e o jovem cínico termina com ambos lutando na piscina. Num fabuloso raccord, com a voz do narrador chegando-nos de dentro da água, a acção retrocede até ao tempo do jovem Blimp em que um outro código de honra fazia sentido, mesmo se só numa cabeça vitoriana.
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