sábado, 9 de janeiro de 2016

BALÍSTICA DO SILOGISMO





"Porque se se pensasse que a "consciência" é passível da dialéctica, seria o seu fim. Nada de mais perigoso, aqui, do que as deduções lógicas, do que as ideias claras e distintas, do que o simplismo. As crenças vitais do homem resultam de longos tacteamentos, de inúmeras provas e por assim dizer duma lenta acumulação: aí se resume mais sabedoria e previdência do que nos sistemas dos mais luminosos génios, ou nos profundos pensamentos de toda uma academia."
"L'action" (Maurice Blondel)

É por isso que uma conversa ou uma discussão não convencem ninguém. Se aquelas ideias e sentimentos de que dependem o nosso equilíbrio psicológico e o nosso "mundo" estivessem à mercê do primeiro silogismo, poderíamos realmente ser substituídos pelos computadores que, esses, são impecavelmente lógicos.

Por exemplo, as pessoas não mudam de pensar em função daquilo que vêm e ouvem na televisão.

Contudo, o facto de verem as suas opiniões e apreensões repetidas e elevadas à enésima potência pela sondagem televisiva isso equivale a uma espécie de verdade objectiva, imune a qualquer filosófico cepticismo.

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