sábado, 2 de janeiro de 2016

APORIAS DA VONTADE

Simone Weil (1909/1943)

"(...) Não sabemos que uma conclusão legitimamente fundada sobre um princípio do qual conhecemos o erro acaba por parecer sólida e legítima?

- Prestígio comum do sofisma de acumulação ou de abstracção que prova apenas uma coisa, e é que se quer infinitamente mais do que o que se encontra onde se procura, mas que somente se procura onde se quer encontrar. Quantos colocam assim o que eles querem justo onde ele não poderia estar!"
"L'action" (Maurice Blondel)

Blondel diz também que a vontade é infinita (porque integra o que nos ultrapassa, sem deixar de ser nossa) e que é impossível destruir essa tendência, "ao mesmo tempo que é fácil perverter o seu sentido."

Uma vontade que não é inteiramente consciente e senhora de si vai muito para lá duma ética da responsabilidade, e o autor crê na bondade essencial do ser.

Mas é uma impressionante confirmação da frustração da vontade e da independência e imprevisibilidade dos nossos actos. Daí que tenhamos igualmente de procurar "às cegas".

Sabedoria, então, da espera weiliana que apenas deseja, sem se mover.

0 comentários: