quarta-feira, 16 de setembro de 2015

O DESESPERO É A ÚLTIMA COISA A MORRER




Astrov, o médico de o "Tio Vânia" ( e que era Khrouchtchev em "O Selvagem"), despedindo-se de Elena Andréievna:

- Está bem, parta... (Sonhador:) Você parece boa, simpática, mas há em si um não sei quê de estranho. Desde que chegou aqui com o seu marido, todos aqueles que trabalhavam, se atarefavam, criavam alguma coisa, pois bem, abandonaram tudo para se ocuparem apenas, durante este verão, da gota do seu marido e da sua pessoa. Ambos, nos passaram a vossa ociosidade. Eu enamorei-me de si, há um mês que não faço nada e durante este tempo houve homens que sofreram, e nas minhas florestas, nos meus viveiros, os mujiques apascentaram o seu gado...

Em resumo, você e o seu marido, trazem para todo o lado a destruição...

Estou a brincar, decerto, e no entanto, é estranho... estou persuadido que se permanecessem aqui, tudo acabaria num formidável desastre."

Que maldição é esta? As pessoas "desastradas", já em processo de auto-destruição, mas parecendo ainda prometer, pela idade ou pela beleza, não se sabe que futuro, são como neutrões bombardeando o núcleo da feliz resignação.

"- Espera um pouco, tem paciência; mais cinco ou seis anos, e estarei velha, eu também."  Palavras de Elena, a jovem esposa de Serebriakov, o professor gotoso.

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