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"Dei comigo a responder ao professor de psicologia que eu pessoalmente tentava ensinar aos meus estudantes preconceitos, uma vez que hoje em dia - com o sucesso geral do seu método - eles tinham aprendido a duvidar das crenças antes mesmo de acreditarem em alguma coisa."
"The Closing of the American Mind" (Allan Bloom)
Talvez a escola só possa corrigir os nossos erros, no sentido em que McLuhan dizia que, na sociedade mediológica, a educação tem por principal missão corrigir o efeito dos 'media' na nossa percepção do mundo.
O método de que fala Bloom põe de lado a evidência de que não nascemos adultos e de que há uma percepção das coisas que não pode ser iludida. Antes de homens, todos fomos crianças, como dizia Alain. E é a partir desse mundo mágico da infância que podemos construir o mundo adulto, através da desilusão. Se se pretende partir de um início abstracto, sem passar pelo tesouro dos erros infantis, e ensinar a última verdade científica, ou politicamente correcta, não estamos a 'queimar etapas', mas a formar homens sem substância, e a submetê-los aos 'updates' do sistema. Esta ideia tem um antecedente na utopia do esperanto, que também fazia 'tábua rasa' do passado do indivíduo e da história da sociedade.
Não ficaremos mais ricos com a língua única, nem comunicaremos melhor. Orwell fez-nos o favor de antecipar o que seria o mundo da 'novilíngua'. Talvez esse 'formigueiro' do futuro venha a ser mais 'eficiente', à custa da humanidade essencial. Evitará, talvez, o esforço de adaptação dos indivíduos que terão, naturalmente, uma só crença, a da verdade estabelecida pela termiteira.
Na realidade, não podemos prescindir do erro como etapa do conhecimento. O engano não é arbitrário, porque é nosso. E a verdade a que chegarmos, 'incorporando-o', é genuína e não um 'produto de fábrica'.
E afinal que dúvida é que podemos conceber se dispomos da 'verdade instantânea'?
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