Mark Twain |
Se não erro, foi Mark Twain que disse que "metade das mentiras que saem nos jornais nem sequer são verdade." E eu concordo que seja tudo 'mentira'. Mas não do tipo de mentira que se opõe à verdade. Preferia até chamar-lhe ficção. Porque, na realidade, nas condições do jornalismo, já é muito que consigam fazer sentido. Cada jornal tem a sua idiossincrasia, e se algum código ético lhes exige serem verdadeiros por princípio, pede mais do que aquilo que é razoável. Só lhes podemos pedir opiniões e coerência.
Os que deliberadamente distorcem os factos nem sequer se pode dizer que tenham uma opinião. Têm, no melhor, uma política, quase sempre desprezível. A remoção da figura de Trotsky das fotografias oficiais não foi uma opinião de Staline. Foi um acto político inspirado numa ideia com fundas raizes históricas: a de que é legítimo enganar o povo, para seu bem.
Voltando ao jornalismo. Deixando, obviamente de fora os jornais partidários ou enfeudados a interesses privados ou do estado, que tal como a publicidade, só enganam quem quer ser enganado, ficaria só a opinião livre e de modo nenhum a verdade (era já o entendimento de Pilatos).
E se a opinião for livre e sem pretensões à verdade, principalmente a de 'última instância' do tipo do 'juízo da História', então podemos, todos, procurar a verdade, movidos pela crença do que é verdadeiro.
0 comentários:
Enviar um comentário