"A maior parte dos problemas - talvez todos - não são mais do que 'problemas de sobrevivência'"
(Karl Popper)
Se for assim, a nossa inteligência ocupa-se a maior parte do tempo com pseudo-problemas. Desentendimentos de linguagem, ou muito próximo disso, como pensava Wittgenstein. Quanto aos 'verdadeiros' problemas, não se referem à questão da verdade, mas do consenso e da operacionalidade, a 'compreensão mútua' para agir no 'mundo da vida' (Habermas).
Ora aí está um exemplo da 'redução da complexidade' de que fala a teoria dos sistemas. A ciência não pode estar segura de nada, mas concita uma consensualidade que só a Igreja, no tempo em que continuou o império romano 'por outros meios', pôde alcançar.
Como adoptou uma total abertura à crítica e à 'falsificação', a ciência entrou num 'funcionalismo' que se encontra ao abrigo de qualquer crise (fala-se, actualmente, numa crise da ciência, mas é mais a 'visão do mundo' que está em causa do que o sucesso das suas aplicações técnicas).
Em teoria, podemos perfeitamente entendermo-nos, sem verdadeira compreensão.
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