"Não saber de si é viver. Saber mal de si é pensar. Saber de si, de repente, como neste momento lustral, é ter subitamente a noção da mónada íntima, da palavra mágica da alma. Mas essa luz súbita cresta tudo, consome tudo. Deixa-nos nus até de nós."
"O Livro do Desassossego" (Fernando Pessoa)
O sentir as próprias sensações, sem estar no passado, ou no futuro é como começamos todos, até se perder a inocência (?). O poeta chama a isso viver.
Mas no extremo disso, a que ele chama saber de si, não se pode permanecer, porque o encontro com a realidade luminosa coincide com a perda de si.
Resta-nos saber mal de nós, olhando para dentro e para trás como para a verdadeira vida e esperando do relâmpago o conhecimento.
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