George Orwell |
"(...) se se alberga na mente uma lealdade ou um ódio nacionalista, certos factos, ainda que em certo sentido se saiba que são verdade, são inadmissíveis."
"Notas sobre o Nacionalismo", (George Orwell, citado por Tony Judt)
Nesse sentido, o nacionalismo não é diferente da crença numa religião ou num partido. De alguma maneira, o crente 'sabe' que tem razão contra a evidência mais ofuscante.
Não seria justo ser vencido, numa questão destas (para não dizer em qualquer caso), por um bom argumento. A retórica e a eloquência são tão instrumentais que confiar-lhes a verdade é de uma grande ingenuidade.
O homem que se remete a um silêncio obstinado ou se recusa a discutir certos assuntos acaba por ganhar o nosso respeito, e a sua crença deixa de ser, para nós, uma mera opinião. Porque só as opiniões se discutem. Contudo, sabemos muito bem que quem 'arregimenta' não convence, e que quem tenta converter segue o provérbio de que "não é com vinagre que se caçam moscas".
Uma crença pode encontrar-se na situação de uma cidade abandonada, com um só resistente. A segurança pode tornar-se obsessiva. As ameaças são vistas das ameias a avançar como a floresta de MacBeth.
Só um milagre poderá levantar as ameias. A impossibilidade do diálogo vigia com zelo militar. Na maior parte dos casos, só o tempo consegue realizar esse milagre, quando as crenças de uma vida voarem para outras paragens.
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