terça-feira, 27 de agosto de 2013

PENSAR PARALISA A ACÇÃO?

"Cada qual age na situação dada, mas então quem pensa na situação dada? Eu vi-os quase todos, e os militares também, sempre à frente ou atrás, deliberando sobre o que teria podido ser (...) ou sobre o que será, assim o crêem, dentro de quinze dias. Cada qual pode observar que prever é o que maravilhosamente nos distrai de ver."

Alain ("Souvenirs concernant Jules Lagneau")

Na situação concreta e que pede decisão pronta, entretemo-nos com os possíveis que nunca foram, nem nunca serão, e é isso a que chamamos pensar a acção.

Muito bem. Vejo até uma razão para divagarmos dessa maneira. É que geralmente quando conjecturamos sobre a possibilidade, recorremos a ideias feitas, tiradas da nossa experiência passada, e isso é sempre mais fácil do que conceber ideias novas adequadas à novidade da situação.

Pensar a situação, seria então realmente ver. Porque o que é ver sem pensar?

O ser dividido é a experiência mais comum.

Quantas vezes, em frente ao mar, me pergunto o que seria preciso para estar realmente ali, com todo o pensamento e todos os sentidos.

 

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