quarta-feira, 28 de agosto de 2013

OS MISSIONÁRIOS DA ESFINGE

Édipo e a Esfinge de Tebas

"O facto de que a maioria de nós nunca deveria ter ouvido falar de Édipo se não fosse Freud devia tornar-nos conscientes de que somos quase completamente dependentes dos nossos missionários ou intermediários alemães para o nosso conhecimento da Grécia, Roma, Judaísmo e Cristianismo, e que, por muito profundo que o conhecimento possa ser, só há uma interpretação; e disseram-nos apenas aquilo que pensaram que precisávamos de saber."

"The closing of the american mind" (Allan Bloom)

Por detrás deste conhecimento de segunda mão, estão, na perspectiva de Allan Bloom, pensadores como Heidegger e Friederich Nietzsche.

O niilismo filosófico foi aculturado pelos Americanos numa versão "sem abismo", nas palavras deste autor.

A perda de significado e o desvirtuamento são inerentes à vulgarização, isso parece-me evidente.

Mas a tendência para o relativismo de valores é o fruto espontâneo duma cultura que perdeu o sentido do sagrado, muito antes de Nietzsche ter anunciado a morte de Deus.

A filosofia alemã caucionou um processo "natural" que, por sua vez, proporcionou o quadro desse pensamento.

O professor Bloom revela-se aqui o que na polémica marxista se chamaria de idealista. Isto é, ele defende que são as ideias que mudam o mundo.

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