Werner Jaeger (1888/1961)
"Para Homero, como para os Gregos em geral, as últimas fronteiras da ética não são convenções do mero dever, mas leis do ser. É na penetração do mundo por este amplo sentido da realidade, em relação ao qual todo o "realismo" aparece como irreal, que se baseia a força ilimitada da epopeia homérica."
Werner Jaeger ("Paidéia")
É o que WJ quer dizer quando explica que a "consideração psicológica e metafísica dum mesmo acontecimento não se excluem de modo nenhum".
Este estado de graça da primeira mundividência nunca considerou o homem como realidade separada frente à Natureza. Ele fazia parte, de facto, dum universo divino. Daí que a poesia fosse, naturalmente, mais verdadeira do que a própria filosofia.
Quando a ciência perdeu a consciência de si própria que era "o âmago da antiga ciência" (Allan Bloom), Deus e o universo passaram a fazer parte do Homem e a parte tomou-se pelo todo.
É isto a que chamamos realismo.
A sua expansão e aprofundamento não tem limites, mesmo se continuarmos na caverna de Platão.
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