Os cadernos de conversação e os diários de Beethoven foram vendidos, depois da sua morte, por 1 florim e 20 kreuzer (menos de 1 dólar).
Beethoven era já suficientemente famoso para que o seu espólio artístico fosse valorizado e eventualmente objecto de cobiça.
Mas quem queria saber dos cadernos garatujados com as suas tentativas para escapar ao isolamento provocado pela surdez?
Entretanto, a psicologia e as teorias para explicar a obra pela biografia, tão censuradas por Proust, fizeram o seu caminho.
Parafraseando a célebre divisa de Terêncio, nada do que é humano é irrelevante para compreender a produção do artista. Mas esta escola ignora o poderoso influxo da própria arte, como tradição e sistema, sobre a criação.
E ao deixar-nos o artista, tudo seria relíquia.
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