Bagno a Mergellina per De Magistris: "mare eccellente" |
Proibir o livre acesso às praias, mesmo quando sabemos que alguns contornam a lei de forma a dificultar a entrada, arrepelaria os cabelos de qualquer um, neste país de belas praias e extensos areais.
Quando fui pela primeira vez a Itália, fiquei chocado com essa lei, tão pouco democrática. Se não se quiser esportular os guardiões das melhores praias, os chamados Lidos, é preciso procurar um acesso público mais rasca e, por exemplo, na Puglia, quase sempre sem areia e cheias de pedras cortantes.
Podem dizer-me que esse é um efeito da lei da oferta e da procura, dada a escassez de areia em muitas zonas costeiras italianas, e que em Portugal nos podemos dar ao luxo de abrir os areais a todos. Mas não concordo que a lei venha estabelecer e consagrar uma desigualdade tão gritante. Outros factores, não decorrentes da lei, como a distância, a natureza do local, 'corrigem' a saturação das belezas naturais.
Os tesouros artísticos do Vaticano são um exemplo em sentido contrário. A barreira do 'ticket' não basta para o museu ser o espaço que devia ser. É como um centro histórico invadido por automóveis que já não permite nenhuma espécie de circulação. Alguns museus, vítimas do seu próprio sucesso, já não têm nada para mostrar, a não ser multidões a arrastar os pés.
Mas serão os 'Lidos' a solução?
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