"Quanto à eloquência, São Paulo declara
expressamente que 'os prègadores fazem bem em servir-se dela, que o podem
fazer com proveito, e ele próprio testemunha ter-se servido dela.'"
(Antoine Arnaud)
É claro que esta competência é uma arte que se aperfeiçoa,
independente do que é concedido pela "graça". São Paulo é demasiado realista para contar
sempre com esta e, por isso, não se faz rogado a servir-se da eloquência (e da
retórica).
Mas, quanto ao essencial, como disse Fenélon, não são os
discursos, por mais eloquentes, que persuadem, mas os "milagres que chocam
os olhos" e "a operação interior da graça."
Donde, a eloquência é boa para os convertidos, aos
ouvidos de quem, esses discursos soam como música. E porque a música confirma a
alma no seu ser, em vez de nela operar a conversão, é que ela é fundamental à
vida do espírito.
Não existe uma estética da revolução. E apesar do que
ditam as modas e as ideologias, as conversões de "alto a baixo"
aspiram à "casa" de cada um no universo. O movimento tem que encontrar
o seu ponto de equilíbrio antes de criar uma estética.
1 comentários:
Tenho imensa pena se não ler nenhuma apreciação sua ao Cavalo de Turim.
É um filme avassalador, não consegui pronunciar nada depois de o ver, sentimos, porque a vivemos, a mesma loucura/lucidez de Niezstche (sei que uma blag, a mesma miséria dos miseráveis e a insuportável solidão da nossa humanidade. Não sei adjectivar o filme.
Já vi o filme há algum tempo e as imagens são recorrentes no meu quotidiano.
Maria Helena
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