quinta-feira, 19 de julho de 2012

ELOQUÊNCIA

 

"Quanto à eloquência, São Paulo declara expressamente que 'os prègadores fazem bem em servir-se dela, que o podem fazer com proveito, e ele próprio testemunha ter-se servido dela.'"

(Antoine Arnaud)


É claro que esta competência é uma arte que se aperfeiçoa, independente do que é concedido pela "graça".  São Paulo é demasiado realista para contar sempre com esta e, por isso, não se faz rogado a servir-se da eloquência (e da retórica).

Mas, quanto ao essencial, como disse Fenélon, não são os discursos, por mais eloquentes, que persuadem, mas os "milagres que chocam os olhos" e "a operação interior da graça."

Donde, a eloquência é boa para os convertidos, aos ouvidos de quem, esses discursos soam como música. E porque a música confirma a alma no seu ser, em vez de nela operar a conversão, é que ela é fundamental à vida do espírito.

Não existe uma estética da revolução. E apesar do que ditam as modas e as ideologias, as conversões de "alto a baixo" aspiram à "casa" de cada um no universo. O movimento tem que encontrar o seu ponto de equilíbrio antes de criar uma estética.

1 comentários:

Anónimo disse...

Tenho imensa pena se não ler nenhuma apreciação sua ao Cavalo de Turim.
É um filme avassalador, não consegui pronunciar nada depois de o ver, sentimos, porque a vivemos, a mesma loucura/lucidez de Niezstche (sei que uma blag, a mesma miséria dos miseráveis e a insuportável solidão da nossa humanidade. Não sei adjectivar o filme.
Já vi o filme há algum tempo e as imagens são recorrentes no meu quotidiano.

Maria Helena