"As obras da Natureza parecem-nos tanto mais
agradáveis quanto mais se assemelham às da Arte."
(Joseph Addison, citado por Alain de Botton)
Não é nada óbvio que um jardim seja uma forma de vermos a
natureza 'aprisionada'. Porque o jardim é o contraponto do ambiente utilitário
e artificial. Deixemos essa ordem de flores de plantas entregue à entropia, e a
floresta volta. Volta de duas maneiras: como a ideia romântica do estado
selvagem e como desordem não-humana.
Os 'postais turísticos' tornaram esses lugares
inacessíveis (como o 'design' do sexo em revistas e filmes tornou o corpo
inacessível). Recebe-se em troca a saciedade.
Só a arte pode vir em socorro desses paraísos exaustos, o
do corpo e o da natureza. A sofisticação da experiência é o preço a pagar pela
'posse' da natureza. Ainda que essa ideia seja um 'sonho' da razão.
0 comentários:
Enviar um comentário