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"Se, no entanto, o pensamento já não puder movimentar-se no elemento da verdade e, de um modo geral, das exigências da validade, então contradição e crítica perdem o sentido. 'Contradizer', dizer não, já só contêm o significado de 'querer ser diferente'. "
(Jürgen Habermas)
Voltamos a Pilatos e à pergunta anti-sacramental: 'o que é a verdade?', e a coisa mais bem distribuída, afinal, não é o bom-senso (Descartes), mas o relativismo.
Verifica-se que o 'lugar', o monumento vivo, se quisermos, as raízes do pensamento individual que não dependem de uma linguagem artificial, mas de um 'falar-habitat', incompreensível sem uma sedimentação histórica, são condições para existir qualquer 'elemento da verdade'.
Uma célebre declaração de Comte diz-nos que 'os mortos governam os vivos'. Eles 'pensam' connosco, e essa é a verdade humana, verdade de que Pilatos se serve para humilhar a lei, pôr os seios de fora à estátua vendada, levantando-lhe as vestes, e com isso, deixando o julgamento nas mãos de um comício exaltado. Os novos tempos começaram por um linchamento.
As 'exigências de validade' pertencem a todo o empreendimento científico e requerem sobretudo o acordo das leis e dos conceitos consigo próprios. O mundo humano é diferente e não se pode pedir 'validade' aos nossos encontros com a verdade.
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