Jürgen Habermas |
"Uma vez que as ciências do espírito que procedem metodicamente se firmam num ideal de objectividade falso, ou seja inatingível, elas neutralizam os padrões necessários à vida e difundem um relativismo paralisante."
("Discurso Filosófico da Modernidade", Jürgen Habermas)
Veja-se o que a economia, com o alegado rigor do seu método, faz do seu 'objecto', a sociedade humana. Não há dúvida que o método, qualquer que seja o seu rigor, não pode servir de caução à ideologia económica, por exemplo. O rigor pertence ao 'procedimento' e não ao ideal de objectividade.
O ideal científico de um Karl Popper acolhe a 'verdade científica' desde que refutável e não definitiva. Logo, não sabemos se o grau de objectividade de uma asserção o aproxima do ideal (desde que não tomemos este por uma situação concreta).
Ricoeur, pelo seu lado, fala num 'círculo hermenêutico' de que não podemos sair, a não ser através de uma aposta. Não temos nenhuma certeza sobre a realidade futura (porque é o futuro que está em causa nas nossas projecções e no nosso julgamento sobre o passado e o presente), mas podemos acreditar que as nossas opções se baseiam no que temos de melhor.
Mas este é um assunto que transcende a política e a questão do melhor dos regimes.
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