"A 'antropologia', diz Lévi-Strauss na conclusão de 'Tristes Tropiques', pode hoje ser considerada uma 'entropologia': o estudo do homem passou a ser o estudo da desintegração e da extinção certas."
George Steiner
Interpretando Lévi-Strauss, parece que uma das 'ciências humanas', a antropologia, já só é capaz de conceber, muito ao contrário de outras, como a economia, um 'progresso negativo', para o fim da espécie.
É certamente uma ideia contra-intuitiva dado o contexto de desenvolvimento imparável da tecnologia. A menos que venhamos a conhecer outra versão das teorias do malthusianismo e do 'crescimento zero', o que hoje qualquer um de nós espera desse desenvolvimento 'justifica' uma espécie de optimismo 'titânico', baseado no nosso poder de invenção, que parece o desfecho feliz do 'roubo do fogo' prometeico.
Esta profecia antropológica, derivando ela própria da Física e da segunda lei da Termodinâmica, deveria merecer mais crédito do que, por exemplo, as profecias historicistas de Marx. Mas este foi muito mais convincente, pelo menos para uma parte da humanidade.
É legítima a comparação entre a sociedade humana e os sistemas termo-dinâmicos, com a sua lei da entropia?
Se olharmos para a história passada, verificamos que, antes mesmo dos modelos da Física, a humanidade começou por acreditar numa ideia de entropia, como foi a crença numa Idade de Ouro.
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