Nassim Taleb |
Como diz Taleb, os bónus são oferecidos pelos bancos "numa janela de curto prazo, digamos, anualmente, por medidas que só estoirarão a cada cinco, dez ou quinze anos" ("The Black Swan").
Todos os nossos actos têm consequências, muitas das quais podemos prever e que, na sua maioria, não afectam terceiros. Mas o que é que acontece no mundo digitalizado, nas redes do sistema financeiro, estádio hiperrreal do capitalismo, cujas réplicas (como nos sismos) ninguém pode conhecer?
A segunda maior crise do sistema em menos de um século está aí para condenar a capacidade de previsão dos Órgãos do sistema e o grau de loucura que levou o excesso de confiança dos decisores a teorizarem, com a ajuda de técnicos em alta matemática, a ideia da 'desregulação'.
Os responsáveis pela crise global (como a internet é global) ficaram imunes às consequências dos seus actos, porque se continua a julgar estes crimes segundo as leis da economia clássica. Como a 'explosão' é diferida não podem ter sido eles os culpados. Que guardem pois os seus bónus, que levaram tanta gente à miséria.
Mais grave do que isso, os 'donos' do sistema (tipo Goldman Sachs), com a sua metodologia de destruição, continuam a ditar as avaliações e a conduzir os negócios. O sistema mostrou a eficácia da sua blindagem contra a realidade, recompensando o erro e o abuso tecnológico.
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