sábado, 1 de setembro de 2012

O MITO DO HOMEM-CRIANÇA

Vénus e Cupido (Rubens)


Mais um contributo musiliano para a psicologia feminina e não só. É inesgotável!

Depois disto, poder-se-ia dizer que a pretensa fraqueza do chamado sexo forte é a sua melhor arma.

“As mulheres são obstinadamente ingénuas quando falam das “necessidades” dos homens. Deixaram-se persuadir que são forças irresistíveis, uma espécie de sofrimento indecente e apesar disso grandioso; parecem ignorar que elas próprias, depois duma continência bastante prolongada, se tornam tão loucas quanto os homens, e que os homens, depois dum certo tempo de transição, se habituam à renúncia com a mesma facilidade que elas. A diferença é mais moral do que fisiológica, e tem a ver com o hábito que cada um tem de se conceder ou recusar a satisfação dos seus desejos. Mas para muitas mulheres que pensam ter razões para não obedecer aos seus impulsos, a ideia que o homem não se pode dominar sem perigo para si mesmo é um pretexto bem-vindo para tomar nos braços o homem-criança sofredor.”

Robert Musil (O Homem sem Qualidades)

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