O documentário de Marc Roche sobre a Goldman Sachs,
apresentado recentemente pelo canal Arte, tem a eficácia e o 'punch' de outros
denunciando esta e aquela situação. É essa mesma eficácia que nos põe de sobreaviso. A linguagem é a do 'clip'
publicitário, com a sua montagem alucinante e uma dramatização a 'toque de
caixa', que nos habituamos a apreciar como arte de entretenimento, ainda que o
seu principal objectivo seja vender-nos alguma coisa.
Talvez a televisão não seja o melhor meio para despertar
as consciências e levar os cidadãos a agir. A indignação que provoca é
diluída no programa seguinte.
É muito significativo que os políticos se dêem tanto
trabalho para montar o seu espectáculo de 'transparência' e de 'democracia' na televisão
e que seja a 'imagem' quase o único critério de sucesso. A verdade é que a
televisão e as 'Luzes' transmitidas pelo pequeno ecrã têm um grande papel no
apoliticismo moderno e na relativização da verdade.
Voltando à Goldman Sachs, corrija-se, em primeiro
lugar, o título ( 'O Banco que dirige o mundo'). Não é um banco, porque vive de
'comer' tudo à sua volta. É o sexo do capitalismo mais obsceno. E não dirige
nada. A sua estratégia é de curto prazo e o falso banco terá o fim que teria
qualquer dinosauro do 'Parque Jurássico'.
O que falta é a revolta dos povos. Porque deve ser mais
fácil erradicar a GS do que erradicar a máfia. Com efeito, não estamos
perante um fenómeno social, mas uma espécie de vírus que mistura os
algoritmos, a ganância e a tão banal ambição de 'dominar' o mundo de alguns
vilões de Hollywood.
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