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"Qual é a diferença entre a amiba e Einstein?
Resposta: a amiba é eliminada quando 'comete' erros. Se for consciente terá
medo dos erros. Einstein 'procura' erros. Consegue fazê-lo porque a sua teoria
não é parte de si próprio, mas um objecto que pode conscientemente investigar e
criticar. Deve este facto à linguagem 'especificamente' humana, e em particular
à filha desta, a escrita humana."
(Karl Popper)
O 'privilégio' de Einstein, como cientista, de não ter de
fazer experiências arriscadas sobre si mesmo, pagando com o próprio corpo, por
assim dizer, permitiu o incrível desenvolvimento da ciência e das suas
aplicações.
Mas esse 'privilégio', de facto, não se limita à ciência
e aos cientistas, nem de perto nem de longe.
Em relação aos países que se viram na necessidade de
firmar acordos com a chamada troika, nada mais revelador desse
privilégio do que o facto do programa da troika para Portugal ter falhado tão clamorosamente, apesar de ter sido seguido à risca, 'and beyond', sem ter tido quaisquer consequências para aquelas entidades.
A experiência in 'corpore vili' foi levada a cabo com
perfeita 'distância' teórica da parte dos 'aprendizes de feiticeiro', e foram os países 'ajudados' que neste cenário representaram a amiba da imagem de Popper.
O mesmo se passa, e ainda com maior escândalo, a nível do
poder financeiro que desencadeou a tormenta e não só não pagou pelos seus
'erros' (na verdade pela sua falta de ética), mas continua a influenciar de
perto os centros de decisão política e a receber os competentes bónus milionários.
Moral da história, uma certa impunidade pode ser uma
condição do progresso científico, mas não há dúvida que a verdadeira impunidade
é a do poder, qualquer que ele seja.
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