domingo, 6 de março de 2016

A BELEZA DA ESTUPIDEZ

Gilles Deleuze (1925/1995)


"Os professores sabem muito bem que é raro encontrar erros ou alguma coisa de falso nos "deveres" (salvo nos exercícios em que é preciso traduzir proposição por proposição ou então produzir um resultado fixo). O que se encontra são não-sensos, observações sem interesse e sem importância, banalidades tomadas como dizeres relevantes, confusão de "pontos" ordinários com pontos singulares e problemas mal formulados ou desviados do seu sentido: é este o pior e o mais frequente, todavia cheio de ameaças, destino de todos nós."
"Diferença e Repetição" (Gilles Deleuze)

Deleuze pergunta como é possível a estupidez, que é, digo eu, o juízo que mais facilmente fazemos sobre nós e os outros, como se do fundo de nós mesmos, daquilo que essencialmente desconhecemos, não tivessem que emergir, de quando em vez, sintomas de que o pensamento não está separado, ou, se preferirem, que não sejamos confrontados com o problema cartesiano da ligação do corpo e da alma.

Tal como a loucura encontra um sentido quando incluímos o corpo na equação, também o que chamamos de estupidez talvez fosse melhor definido como um excesso de... originalidade.

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