"O trabalho da desconstrução deixa crescer cada vez mais o entulho das interpretações, o qual ela pretende eliminar para libertar os fundamentos obstruídos."
(Jürgen Habermas)
Como diz o filósofo de Düsseldorf sobre Heidegger, ele representa "o protesto contra a primazia platónico-aristotélica do lógico face ao retórico que Derrida de novo faz ecoar."
Um curioso e inesperado 'desconstrutor' é o teorizador dos mídia, Marshall Mc Luhan. A sua ideia de que o 'medium' é a mensagem também surge em contra-corrente da lógica clássica, porque implica que a própria palavra deve ser considerada um 'medium', sem qualquer base místico-teológica. Todas as chamadas civilizações do Livro e o humanismo em geral sofrem o 'downgrading' que a retórica, no fundo, significa.
O 'desconstrucionismo' heideggeriano é uma 'caça ao tesouro' que não pode falhar, visto que se nunca se poderá provar o que é genuíno por detrás do 'entulho das interpretações'. Também o 'explorador' não pode ser confundido com nenhuma espécie de demonstração. "Heidegger escapa-se à situação paradoxal da crítica auto-referente da razão apenas por reclamar para o pensar um estatuto particular, nomeadamente, a isenção de obrigações discursivas." (idem)
(...) Logo que tomemos a sério o carácter 'literário' dos escritos de Nietzsche, a coerência da crítica da razão tem de ser julgada segundo os critérios da adequação retórica e não os da consistência lógica." "(...) Na mística neo-pagã, a partir do carisma transgressor de limites do extraquotidiano não flui, como no plano estético, nem algo libertador nem, como no plano religioso, algo renovador parte, quando muito, um estímulo para a charlatanaria." (idem)
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