(Jeremy Rifkin) |
"A economia informal geralmente providencia apenas uma subsistência marginal. A economia do crime ('criminal economy'), por outro lado, é muitas vezes uma fonte de emprego lucrativa, mas se se permitir que cresça e prospere, pode levar mais longe a erosão das relações sociais em todos os países, tornando o mundo cada vez mais perigoso e desestabilizado."
(Jeremy Rifkin)
Sendo os homens como são, essa parte maldita do funcionamento das sociedades poderá alguma vez ser erradicada? As utopias já experimentadas provaram que o 'recalcado expulso pela porta regressa pela janela'. A virtude republicana, a virtude revolucionária foram enormes condensações de energia social que 'mudaram o mundo' para cenários estranhos às ideias inspiradoras. Ao fim e ao cabo, as utopias são outro nome da deusa da história que não 'pensa' pela cabeça dos homens.
Rifkin é um pragmático. Diz só que o sistema económico não pode ter como único objectivo a prosperidade e o crescimento, sem ter em conta a sua falta de princípios, a sua desordem intrínseca. Se a deixarmos crescer (basta um 'quantum' de estupidez doutrinária para a ordem e a estabilidade ficarem em perigo), essa prosperidade e esse crescimento tornam-se impossíveis ou perdem o sentido para as sociedades.
Em 'The End of Work', o autor desenvolve um outro tipo de desordem que não pode ser considerada 'criminosa', visto que todos a adoramos. A força da tecnologia, por muita inovação e bem-estar que distribua, tem as características da Força, isto é de algo que escapa à nossa vontade e que até agora não conseguimos pensar e muito menos dominar.
Jeremy Rifkin, que é conselheiro da UE, tem uma visão optimista sobre o desfecho deste declínio do trabalho, substituído, cada vez mais, pela robótica e pelas novas máquinas: "No fim de contas, trabalho é o que as máquinas fazem. Trabalho é só acerca da produção de valores de utilidade. As pessoas, por outro lado, deveriam ser libertas para gerar valores intrínsecos e revigorar o sentido de comunidade partilhada."
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