sábado, 28 de novembro de 2015

POR DETRÁS DA CRUZ

“Suffering man” de Matthias Grunewald


"O repúdio do nome e do predicado de religião nas ordens ocidentais é talvez o sinal mais tenebroso da renúncia ao mandato entre todos santo e precioso: confirmar, custodiar destinos. Porque a religião não é senão o destino santificado e o massacre universal do símbolo, a inexpiável crucificação da beleza, como já disse, é o massacre e a crucificação de destinos."
"Os Imperdoáveis" (Cristina Campo)


Isto anda muito próximo do "amor fati" dos estóicos e do pensamento de Simone Weil.

O mandato de que aqui se fala é o da obediência de livre vontade ao que, de qualquer modo, nos destrói.

Podemos, em vez disso, rebelar-nos em nome da utopia, como se a única legitimidade fosse a humana.

Porque só vemos sentido naquilo que nós mesmos criamos, embora isso seja uma ínfima porção do que somos.

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