"O fim da história de que falam os nossos homens de progresso é a orgia."
(Albert Camus)
Esse progresso vive da ideia de que se pode facilitar a vida dos homens até que o trabalho e todo o esforço obrigatório sejam dispensáveis, até que a velhice e a doença e a própria morte se tornem obsoletas. A orgia é, pois, o que fica depois de removidas todas aquelas coisas desagradáveis.
É curioso que este 'fim da história' encontre um equivalente na crença do radicalismo islâmico nas 'mil virgens' que esperam o mártir, no 'outro lado'. E, no entanto, este fanático religioso não pode ser chamado de niilista, porque acima da 'recompensa' acredita no profeta e na sua 'guerra santa'. Assim, é possível que uma versão da história se imponha a outra, porque a 'orgia' não pode ser uma finalidade humana e, só por isso, merece ser derrotada.
O capitalismo é aquele sistema sem alma que todos os seus críticos, marxistas e não-marxistas, disseram que era. Podemos imaginar um mercado 'orgíaco', mas também um progresso que não nos degrade. E o sistema capitalista não é 'totalitário' como uma religião pode ser.
Mas num combate por princípios, o mercado é a parte mais fraca.
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