terça-feira, 30 de setembro de 2014

O MUSEU DA HISTÓRIA

 

"Foram eles (os jovens Hegelianos) que libertaram essa figura do pensamento que é a crítica da modernidade, a qual se inspira no espírito da modernidade, do peso do conceito hegeliano de razão."


(Jürgen Habermas)


Significará isso que o chamado pós-moderno já ultrapassou (ou considera ultrapassado) o movimento da crítica? Dir-se-ia, de facto, que a 'modernidade' já não nos inspira a ideia de um novo estádio no progresso da humanidade. Nenhuma aspiração a um ideal de justiça no 'fim da História', ou no final dos tempos...


O moderno adquiriu a rotundidade de uma outra natureza. Hegel dizia perante a montanha que não havia nada a dizer, que era assim mesmo. Já não pretendemos deduzir as leis escondidas no 'natural', nem fazer de parteira de coisa nenhuma.

Veja-se esta mudança reflectida na nova estratégia da super-potência. Nada que possa denunciar o imperialismo, uma noção estratégica confiante no poder das armas e da informação. Tácticas, regionalização, nada do voo da águia de outros tempos.

No mais mediatizado dos povos, o interactivo substitui, cada vez mais, a acção. A guerra dos 'drones' desactualiza os conceitos de honra e de valor militar. Temos de um lado uma guerra asséptica e do outro a destruição real. Essa insensibilidade não torna nenhum poder apto para uma visão universal.

A razão hegeliana juntou-se à roda de fiar e ao machado de bronze no museu da história, como diria Engels.

 

 

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